Ontem, foi mesmo um dia cansativo e de emoções fortes...
Primeiro, porque como já disse milhentas vezes, o cherry foi embora para a Argélia e veio cá despedir-se de mim antes de ir apanhar o avião;
Segundo, andei a dar o tal jeitinho a casa (não consegui acabar, ficou a cozinha por arrumar e limpar) e a ajudar o meu pai a cortar os cedros do jardim (para hoje montar as coisas de Natal);
Terceiro, porque fui cortar o cabelo (e eu não gosto nada dessa ideia, queria mesmo é que ele me chegasse ao rabo). E foi aqui. Foi no cabeleireiro que recebi a pior notícia de todas. A certa altura a S* (Cabeleireira) pergunta-me assim:
S* - Então como está o ti G*?
Eu* - O que é que ele tem?
S* - Tu não sabes? Diz que ele está muito mal no hospital.
Eu* - Com quê?
S* - Cancro nos intestinos. Dizem que o tumor está tão grande que já o impossibilitou de fazer cócó, de tal forma que, pelo que ouvi dizer, ele vomitou as fezes pela boca.
EU* (Não tive reação pelas imagens que me passaram pela cabeça).
O ti G* é o avô da minha afilhada, e eu cresci com ele e ele sempre me tratou como uma neta e eu a ele como um avô. Fiquei em choque.
Como é óbvio, assim que jantei fui a casa da A* (mãe da minha afilhada) com a minha mãe e assim que ela veio a porta desmanchou-se em lágrimas. Está a ser duro para ela, tiraram-lhe o tapete. Ele está mesmo mal, o cancro já se alastrou a vários órgãos e morre de dores. Ela tem sido uma mulher fortíssima, tem sido pai e mãe (o marido é camionista e só vem uma vez por mês a casa), mas não está a reagir da melhor maneira.. Acho que está muito fria, muito conformada. Só quando ele se for é que ela vai cair na realidade e aí vai ser muito pior. Ela própria diz que só não quer que ele sofra, mas que ele não merecia um fim destes.
Enfim, a vida é dura e as coisas acontecem quando menos esperamos. Mas não era preciso chegar aos 80 anos para sofrer desta maneira.
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